MUNICÍPIOS SE UNEM PARA PRESERVAR O RITMO BUGIO.


Um grupo de políticos e lideranças ligados à cultura gaúcha está se articulando para buscar o tombamento do bugio, único ritmo musical surgido no Rio Grande do Sul, como patrimônio imaterial do Brasil. Esse status garante a preservação dessa manifestação cultural e benefícios na captação de recursos para eventos culturais.

Representantes das duas cidades, que reivindicam o título de “berço do bugio”, estão se unindo para iniciar essa caminhada: São Francisco de Paula, na serra gaúcha, e São Francisco de Assis, na Região Central do estado. Nesta última, já existe uma lei que torna o ritmo patrimônio do município.

Tudo começou com uma inquietação que sempre tive: como pode não termos nenhuma manifestação cultural gaúcha tombada como patrimônio cultural da Nação? Recentemente, e essa foi a “gota d’água”, o governo federal e o Nordeste celebraram, com festa, o tombamento do forró. Então, porque não reivindicarmos o tombamento do bugio?

Entrei em contato com o músico Régis Lançanova, do grupo Ases do Fandango e assessor da secretaria da Cultura da prefeitura de São Francisco de Assis. E com o Léo Ribeiro, conselheiro estadual de Cultura e afamado compositor de São Francisco de Paula, cidade que já estudava tal possibilidade. A partir daí, ambas as localidades começaram a dialogar.

Nesta terça-feira (15/02), o deputado estadual Ernani Polo (Progressistas) lidera um reunião com a chefia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e representantes de ambos os municípios para iniciar as tratativas no âmbito do governo federal.

Tema de festivais nativistas como o “Ronco do Bugio” e frequentemente inspiração de artistas e grupos como Os Serranos, o bugio tem origem no ronco produzido pelo macaco de mesmo nome, comum nas matas do estado e reproduzido na gaita através de jogo de fole em compasso binário “dois por quatro”. Na dança, é executado através de passos bem marcados, “dois pra lá, dois pra cá”.

Em São Francisco de Paula, a frente em defesa do bugio é liderada pelo pecuarista, músico e presidente do Conselho Municipal de Cultura Israel da Sóis, que deve lançar, nos próximos meses, um livro para contar a história do ritmo.

“O bugio nasceu dentro da gaita, no jogo de fole. Não interessa se é de cá, ou é de lá, o que interessa é que nós estamos lutando pelo bugio”, ele afirma. (Por Giovani Grizzoti/G1-RS)
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