Dr. RONY PILLAR CAVALLI FALA SOBRE A MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO NO CAMPO: HOLDING RURAL
Dr. Rony Pillar Cavalli |
Temos tudo que se precisa para continuarmos aumentando a produção. São 400 milhões de hectares agricultáveis e ocupamos apenas 62 milhões e ainda temos água em abundância.
Por outro lado, se hoje temos fartura do que se precisa para produzir cada vez mais e dominamos a mais avançada tecnologia de produção, a gestão nas propriedades rurais ainda é rudimentar em sua grande parte, sendo necessária a modernização da administração rural.
Uma das grandes preocupações das famílias produtoras é a continuidade do negócio nas mãos das futuras gerações, principalmente a partir da morte dos patriarcas e a repartição das propriedades com seus herdeiros, o que na boa parte das vezes é fonte de divergências comprometendo a continuidade do negócio.
O aumento da produção exigirá cada vez mais modernização da logística que dá suporte à produção, assim como exigirá modernização das ferramentas de administração, não apenas para melhor aproveitamento e lucro, como especialmente com a finalidade de preparar a sucessão dos produtores para a próxima geração, sem que isto seja fonte de desavenças entre os filhos.
A necessidade de profissionalizar a passagem de comando das fazendas passa necessariamente pela constituição de empresas, transferindo-se as propriedades que hoje, na sua grande maioria, estão em nome das pessoas físicas dos produtores para uma pessoa jurídica, o que não só aumenta a profissionalização da gestão, gerando economias e maior lucro, como principalmente tem a capacidade de proporcionar que a sucessão da propriedade à próxima geração se dê de forma planejada, organizada e com alta economia.
A administração da produção dentro de uma pessoa jurídica e não mais na pessoa física tem condições de ser dado maior eficácia tributária, com a diminuição de impostos a pagar que incidem sobre a produção e sobre a renda do produtor.
O Produtor rural precisa dar-se conta que a explosão de produção e as safras espetaculares que já vieram e continuarão a crescer cada vez mais, não causam apenas benesses, mas também são fontes de obrigações e têm a capacidade de despertar a voracidade tributária do fisco. Tem-se notícia que o grande alvo da Receita Federal do Brasil passará ser o agronegócio, inclusive com a retirada de benefícios até então possíveis, como geração de despesas através da compra de implementos ou até mesmo de uma camionete utilitária, com o lançamento destes gastos com capacidade de diminuir o imposto de renda a pagar. Este benefício ainda possível para os produtores rurais pessoas físicas está com seus dias contados.
Desta forma, a transferência da produção dos produtores rurais para o abrigo de uma pessoa jurídica, além da facilitação e diminuição de custo de uma futura sucessão, também é necessário independente da sucessão e sim por uma questão de aumento da eficiência gerencial. (Rony Pillar Cavalli/Advogado)