GOVERNO DO ESTADO ANUNCIA PRIVATIZAÇÃO DA CORSAN.



O governo do Estado anunciou a intenção de passar o controle da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) à iniciativa privada. O governador Eduardo Leite (PSDB) apresentou o plano de privatização da empresa pública, que envolve a abertura do capital na bolsa de valores de São Paulo.

Com oferta pública inicial de ações prevista até outubro, o Estado levantaria cerca de R$ 1 bilhão, conforme previsão do Palácio Piratini. Parte desse recurso será utilizada para reforçar o capital da companhia e, assim, aumentar o interesse de futuros compradores da empresa, disse Leite. A ideia é ceder o controle da Corsan, com o governo mantendo cerca de 30% dos papéis.

Ao contrariar promessa realizada na campanha eleitoral de 2018, quando manifestou posição oposta à privatização da empresa, Leite justificou que a aprovação do marco legal do saneamento motivou a mudança de planos. Até então, o governo gaúcho projetava a realização do IPO, mas com a intenção de manter o controle da companhia.

O governador lembrou que a nova lei exigirá que o Estado universalize o serviço até 2033 e, caso não consiga cumprir as metas, correria o risco de ver uma série de contratos quebrados junto aos 317 municípios que atende atualmente. A estimativa é de que o Estado precisaria de cerca de R$ 10 bilhões para atender às exigências nos próximos anos:

A Corsan não tem capacidade própria de geração de caixa, o Estado não tem capacidade de aporte e não existem linhas de financiamento suficientes para atender essas metas até 2033. As novas exigências aumentam o rigor das metas, a necessidade de investimentos e impõem um risco. Se não houver adaptação para o ritmo de entrega se poderia perder os contratos — disse Leite.

O governador manifestou que em 2020, ano que teve o maior investimento da história, a Corsan investiu R$ 417 milhões. Para conseguir se adequar ao novo cenário e cumprir as metas, seria necessário ao menos triplicar o montante anual a ser investido até 2033.

  Com a mudança das regras, frisou Leite, "a Corsan poderia ter um destino semelhante ao da CEEE, com um endividamento elevado e dificuldades operacionais. Nos últimos cinco anos, a companhia de saneamento desembolsou cerca de R$ 1 bilhão em ações trabalhistas e o passivo provisionado em balanços chega a R$ 695 milhões e o passivo previdenciário é de R$ 677 milhões", lembrou Leite. (GZH)
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