POLÍCIA PEDE QUEBRA DE SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL DE VEREADOR DE PORTO ALEGRE E DE DOIS INVESTIGADOS


A Polícia Civil pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador de Porto Alegre André Carús (MDB) e de outras duas pessoas, nesta quinta-feira (03/10). O parlamentar, um assessor e um ex-funcionário da financeira foram presos durante uma operação, na terça (1º/10). Carús é suspeito de obrigar assessores a tirar empréstimos consignados e entregar o dinheiro para ele.

Segundo o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Marcus Viafore, os três presos prestaram depoimento, na quarta (02/10). "O vereador Carús e um dos presos se mantiveram em silêncio. O outro, prestou esclarecimentos à polícia". O delegado não informou o conteúdo do depoimento para não atrapalhar a investigação.

De acordo com Viafore, também foi solicitada a quebra dos sigilos bancário e fiscal de outros investigados. A polícia não vai divulgar quem são e nem quantos são. Na operação, foram cumpridas três ordens de prisão e 10 de busca e apreensão, inclusive no gabinete do parlamentar, na câmara de vereadores da capital, e na casa dele e de assessores.

A defesa do vereador Carús informou que pediu a soltura dele, na quarta. De acordo com o assessoria de imprensa do advogado Jader Marques, as buscas já foram feitas e as testemunhas ouvidas, o que contribuiria para que Carús fosse solto.

O Tribunal de Justiça ainda não informou se o pedido foi aceito. Em entrevista à RBS TV, na segunda-feira (30/09), Carús negou as acusações. "Nunca fiz isso, jamais. Jamais, nem tenho notícia de que isso pode ter acontecido no meu gabinete. Para mim é novidade". A defesa do vereador pediu afastamento do cargo na câmara de vereadores da capital. A licença é por tempo indeterminado.


Esquema revelado por ex-assessora

"Estamos investigando, em princípio, o crime de concussão, que é exigir vantagem indevida a partir do seu cargo público, valendo-se do cargo público, e também associação criminosa", disse o delegado responsável pela investigação, Max Ritter.

O esquema foi revelado por uma ex-assessora, que além de procurar a polícia, contou os detalhes da fraude à reportagem da RBS TV, que realizou investigação independente.

Uma mulher, que trabalhava com o vereador desde 2017, fez três empréstimos que somam R$ 100 mil. À reportagem, ela disse que entregou todo o dinheiro ao vereador Carús, e que a maior parte do salário de R$ 14 mil era usado para pagar as parcelas do empréstimo. Ela decidiu fazer a denúncia depois de ter sido demitida.

"No início ele dizia que eram dívidas que ficaram da campanha que ele tinha que pagar e ele não tinha como. Que isso, na verdade, ficaria no primeiro ano de mandato e depois isso findaria, mas só que nunca teve fim. Cada vez foi só aumentando a dívida". (G1)
'; (function() { var dsq = document.createElement('script'); dsq.type = 'text/javascript'; dsq.async = true; dsq.src = '//' + disqus_shortname + '.disqus.com/embed.js'; (document.getElementsByTagName('head')[0] || document.getElementsByTagName('body')[0]).appendChild(dsq); })();